quarta-feira, 30 de maio de 2012

FARINHA POUCA , MEU PIRÃO PRIMEIRO


Farinha pouca, meu pirão primeiro

José Angelo da Silva Campos





O fisiologismo reina no meio político brasileiro e destrói qualquer ação de fortalecimento dos partidos políticos.

Bom seria termos partidos que ofertassem aos eleitores uma opção clara e uníssona dos objetos desejados pelos princípios estabelecidos em seus estatutos.

A negociata com o único objetivo da manutenção no poder, ou da obtenção ardil de vantagens sucintas, mas perniciosas, permite chocar até o meio científico promovendo a mistura de água com óleo.

Temos sido obrigados a assistir a um partido abdicar de apresentar candidatos à eleição, para que confortavelmente sentado sobre o muro, decida no remate vincular-se ao propenso vencedor do pleito, ou simplesmente formar coligações filosoficamente impossíveis, unindo pensamentos divergentes, com um único e claro objetivo: “não largar o osso”.

O que nós, pobres mortais, auferimos de concreto para o benefício da coletividade e da democracia com essa atitude ignávia dos nossos políticos?

A república não merece carregar o peso desse fardo. A coisa pública clama por respeito e seriedade aos seus tutores e pretensos candidatos.

O cidadão de bem precisa sacrificar-se, correr o risco e, democraticamente, infiltrar-se nos partidos políticos e, blindado pelo seu caráter, promover as mudanças necessárias para que tenhamos na política partidária como objeto primordial os interesses da coletividade.

A nossa omissão tem um preço e esse preço é alto e está sendo cobrado, principalmente, daqueles que por força da injustiça social que assola nosso país vivem na ignorância dos seus direitos fundamentais.

A farinha é pouca, mas a fome é muita. Alimentemos os famintos com o saber e protejamo-los com nossa ousadia.

O processo de democratização pode ser longo, mas a conscientização do povo é urgente e necessária. Façamos a nossa parte.




BEM AVENTURADO


BEM AVENTURADO

José Angelo da Silva Campos

Ser cristão é ser feliz.

Pela graça que recebemos no batismo assumimos a filiação divina, tornamo-nos filhos de Deus, em Jesus Cristo.

O nosso Pai, por amor, nos acolhe e presenteia com a liberdade. Liberdade essa que é total e respeitada por Ele, cobrando de nós apenas a maturidade em agir e a responsabilidade em assumir as escolhas que fazemos.

Deus nos quer santos.

Ser santo é viver como Jesus viveu, é corresponder ao Amor, que é Deus.

Ser santo é ser feliz. Feliz de verdade.

“Assim como quem ama a Deus, ama seu irmão, pois quem não ama o seu irmão, a quem , não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20), santo será e portanto feliz, aquele que se faz imagem de Cristo no seu viver.

Ah! Como seria mais fácil se Deus não nos desse a liberdade de discernir.

Mas, Jesus no Sermão da Montanha dá a receita para a Felicidade.

Pai eterno e de toda bondade, que tenhamos um coração desprendido, manso e humilde; que arda em nós o desejo de justiça, afasta-nos da omissão; que soframos com a miséria alheia, e combatamos a sua existência; que a discórdia fuja da nossa presença. Faça-nos promotores da paz.

Pai querido fortaleça em nós a perseverança e a . Faça-nos resistentes às tentações da falsa-felicidade e, se em algum momento fraquejarmos, que tenhamos a coragem de recomeçar. Amém!

terça-feira, 29 de maio de 2012

PALAVRAS.... PALAVRAS


Palavras... Palavras

José Angelo da Silva Campos



Belos poemas; palavras que emocionam; a escrita que salva; o texto que normatiza. Palavras, palavras e palavras.

Como são perigosas essas palavras.

A palavra satisfaz a falta de ação. A falta de ação se justifica na palavra.

Quem estabeleceu as regras que definem os limites do agir?

A filosofia nos assusta porque nos faz questionar aquilo que mais nos dói, a nossa omissão.

O mundo era dominado pela poder da força física. Porém, a inteligência do ser humano sobrepõe a essa força, dominando-a e tornando-a escrava das suas palavras.

A busca incessante pela igualdade de direitos aliada ao natural desejo pelo poder e status, faz do ser humano o poeta dos poetas. Manobra as palavras, agradando o ego dos sonhadores utópicos por um mundo justo na confecção de Leis e Tratados, que lidos por um extraterrestre a milhões de anos luz da nossa realidade, o faria pintar o retrato do paraíso como forma de representar o mundo que vivemos.

 Porém, veria que a linha que separa esse paraíso do inferno é o umbigo do agente que busca para si os direitos e empurra para os outros os deveres, numa sensação orgástica de ser deus, sensação esta desmantelada pela sua falta de capacidade de domínio sobre o tempo.

Direitos Humanos são todos os direitos de todos os seres humanos, sem distinção. Bonitas palavras que pedem algumas análises.

Direito, palavra de origem latina que poderia ser traduzida como seguir em linha reta, sem curvas, de forma objetiva no caminho mais curto entre dois pontos atingindo os objetivos sem desvios.

Humano, palavra de origem latina que significa próprio do homem, do indivíduo, daquilo que é indivisível, único.

O indivíduo, aquilo que não se divide, soma-se e multiplica-se formando coletivos e esses coletivos exigem regras que mantenham intactas as formas únicas, individuais de cada elemento desse conjunto, pois, pela característica indivisível de cada um, ao retirar de um indivíduo parte daquilo que é seu para transferir para outro, está sendo decretada a sua morte.

Portanto, por si só, Direitos Humanos significam a essência da vida, pois, sem retidão e respeito ao indivíduo nãoser humano.

As palavras que ditam as regras e que gritam os direitos veem-se sucumbidas pela força. Não mais pela força física então dominada pela palavra, mas pela força do ego.

Ego, palavra latina que significa simplesmente “eu”, mas subliminarmente trás em si todo um conjunto de desejos e pecados que, sem controle, extrapolam todas as barreiras dos regramentos do convívio.

O ego da sede do poder. O mal que está impregnado no DNA daqueles que sem senso de humanidade dividem o indivíduo transformando-o em peça dos seus joguetes pessoais.

As palavras se perdem no etéreo e o seu valor cada dia mais se restringe aos que ainda têm honra e que no seu uso pacificam os convívios humanos.

Tantas leis, tantas regras. E o poder extirpando a palavra.

O antídoto para curar esse mal que dominou a palavra pelo poder das suas mazelas, é o grito que sai do coração do indivíduo e invade o seio da humanidade gerando o poder do coletivo, cujo som ecoa longe e do povo passa a ser de Deus.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

O DEUS DA VIDA


O Deus da Vida!

José Angelo da Silva Campos



Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia.” Jo 6, 40



Jesus disse: “pois eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (Jo 6,38). Com essas poucas e grandiosas palavras, podemos deduzir quem é esse que as proclama.

Alguém que se mostra em nossos pensamentos como o maior de todos, o próprio Deus, e submete-se ao desejo do Pai. Obediente como deve ser um Bom Servo.

Alguém que humilde cumpre, sem hesitação, a vontade do pai, e tem poder para dar a Vida.

Esse é Jesus, grandioso na humildade e simples na sua grandeza.

Quem testemunha Jesus em sua vida, está na sua presença, e dele receberá a vida eterna.

A cada dia um pequeno passo.

Um passo de cada vez e se a perna que conduz não obedece, peça ajuda.

Viva Jesus em sua vida, espelhando com suas atitudes em todos os lugares, do mais simples ao mais sublime, a imagem do próprio Cristo.

Na busca da santidade o que vale é a persistência, a perseverança. Na turbulência basta lembrar que o Senhor é o Deus da vida. E vida em abundância é o que ele dá.

A CESAR O QUE É DE CESAR E A DEUS O QUE É DE DEUS


“A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é deDeus.”

José Angelo daSilva Campos



Contra a maldade dos Fariseus, a Sabedoria de Jesus.

Esta pequena frase, de forte efeito, em suas interpretações produziria uma verdadeira enciclopédia. Mas, focando na realidade atual, no momento em que nos propomos a participar, seja espontânea ou obrigatoriamente, do exercício da democracia, dissertamos com base em alguns dos efeitos dessa Palavra que Salva.

César, hoje, representa o império do poder gerido pela corrupção, alimentado pelo descaso, fortalecido pelo egoísmo e pelo individualismo, sustentado pela negação da graça e pelo recurso da omissão.

A pergunta da época poderia, hoje, ser feita da seguinte forma: Com tanta corrupção e desmando, o voto e a candidatura política são expressão de cristandade?

Parodiando a resposta de Jesus, poderíamos dizer: À corrupção os corruptos, a Deus o povo que Lhe pertence.

Somos chamados a participar do plano de Deus, e desde o início o nosso Criador concedeu-nos o direito à liberdade e ao discernimento. A nossa participação no plano de Deus, sempre foi condicionada à nossa adesão voluntária.

A história narra que toda a obra que participamos foi dependente de um SIM. O sim mais significante foi dado por uma Mulher, que resgatou a dignidade da nossa existência trazendo ao mundo a nossa Salvação, o Filho de Deus.

Jesus jamais obrigou-nos a desejar a salvação. Sempre respeitou a nossa liberdade, infundindo em nosso meio o amor ao próximo, o compromisso com a coletividade. “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti.”(Jo 17,21).

O exercício do amor ao próximo nos conduz à vida em comunidade, que no seu sentido literal traduz união e faz de cada membro um cidadão, portanto ser cristão tem tudo a ver com cidadania.

Sendo assim, que os corruptos, unidos aos corruptores, acertem-se com a justiça dos homens e busquem, enquanto é tempo, redimirem-se e serem agraciados com a misericórdia divina.

A nós cristãos verdadeiros, resta a responsabilidade com o plano de Deus, evangelizando com a nossa conduta de vida, disseminando o amor ao próximo, transmitindo aos nossos irmãos menos cultos a importância da escolha dos nossos dirigentes e da participação consciente no exercício da democracia, dar valor verdadeiro ao voto, momento único e decisivo, da manifestação da opinião direta do nosso povo, o povo de Deus.


UM COLÓQUIO COM JESUS


Um Colóquio com Jesus.

José Angelo da Silva Campos



Nasci por uma graça Sua.

Nas mãos dos que me receberam, sem como resistir,

Aprendi a crer no amor que na caridade se apresenta.



Por crer nessa bondade,

Cresci lançando-me inocente nos braços do mundo, tão igual e tão diferente;

Que calejou-me o sentimento no atritar dessa desinteligência.

Fez em pedra um coração na dor da morte da inocência.



Hoje me sinto poderoso.

Questiono até Sua existência.

Busco no dia a razão da noite,

Que esconde segredos que a luz não mostra.



No esgrimir desses duelos;

No fio cortante da nossa incúria, ora algoz, por vez a vítima.

A solidão premia a peleja.



Eis que a luz que tanto busco no meu ego;

Surge ofuscante donde menos espero.

No olhar piedoso daquele rosto sofrido, entre tantos inominados que vampirizo,

Nas ações automáticas do meu labor.



Que no ensurdecedor sussurrar do homem humilde,

Vi-me estatelado ao chão que me sustenta,

Ao perceber que perto das minhas mãosquem carece

Apenas de um afago ou um ouvir.



Tão perto a esbarrar e

Tão longe a não enxergar.

Hei de renascer para, inocente,

Em Seus braços desmanchar

No afago amoroso da caridade

Que da pedra em pão transforma o coração.

Pão que entre os irmãos na partilha nos faz Um.



Agora sei que pra ver, preciso não enxergar;

Para ouvir, não escutar;

Para sentir, não apalpar.

Pois sua presença está naquilo que faço e digo, sem saber por quê.

Amar Incondicionalmente é a única forma de viver a Sua presença.

DIMENSÃO POLÍTICA DO CRISTÃO


Dimensão Política do Cristão

José Angelo da Silva Campos



14Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes.

15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!”

16Jesus, porém, lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!" (Mt 14,14-16)

Esta Palavra da Salvação está contida no texto do evangelho que nos leva ao encontro da instituição da Eucaristia. É o evangelho do milagre da multiplicação dos pães, que num sentido teológico reforça as ações de partilha e compromisso inseridas na comunhão do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O verdadeiro cristão come da carne e bebe do sangue de Jesus Cristo. Assim diz em João 6,56-57: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim.”

Ao alimentarmo-nos do próprio Cristo, fazemos comunhão, ou seja, sintonizamos nossos sentimentos, modo de pensar, agir e sentir ao próprio Jesus Cristo. Assumimos assim um compromisso incomensurável com a sua Palavra.

Quando o Senhor enche-se de compaixão pelo povo e age levando a ele a cura. Assim Ele quer que façamos nós, que à Mesa Sagrada, dEle nos alimentamos.

Quando o Senhor diz , “dai-lhes vós mesmos de comer!”, Ele está nos exortando a descruzarmos nossos braços, livrar-nos da confortável omissão, e, sem temor, agirmos como se o mundo dependesse apenas de nós mesmos.

A fome, a miséria, a violência, a corrupção, o relativismo religioso, o relativismo moral, a malevolência que a omissão produz, são doenças do mundo que assolam toda a humanidade, e não podem ser taxadas como da responsabilidade de determinados órgãos públicos ou entidades sociais.

O cristão poderia dizer: - orientemos a todos os que sofrem desses males para que voltem a suas origens e procurem uma forma de livrarem-se desses infortúnios. E o Senhor diria, Dai-lhes vós mesmos o refrigério.

Essa exortação, esse compromisso assumido na Eucaristia, dimensiona um espaço ilimitado para a ação política do Cristão, seja como participante ativo das disputas dos cargos eletivos, seja no peso da responsabilidade do voto.

O cristão há de vincular a responsabilidade na escolha de um candidato através do voto, ou, como agente político, na formação das Leis, com o respeito aos princípios da cristã, à moral, à vida e à instituição sagrada da família.

O “Dai-lhes vós mesmos”, compromete-nos fortemente com a construção do mundo que vivemos, para que os nossos filhos o recebam, cada vez mais assimilado ao Reino de Deus.

A Congregação para a Doutrina da , em Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, aprovada pelo Sumo Pontífice João Paulo II, em 21 de novembro de 2002. Assinada pelo então Prefeito Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), ao fim, profere a seguinte conclusão:

As orientações contidas na presente Nota entendem iluminar um dos mais importantes aspectos da unidade de vida do cristão: a coerência entre a e a vida, entre o evangelho e a cultura, recomendada pelo Concílio Vaticano II. Este exorta os fiéis “a cumprirem fielmente os seus deveres temporais, deixando-se conduzir pelo espírito do evangelho. Afastam-se da verdade aqueles que, pretextando que não temos aqui cidade permanente, pois demandamos a futura, crêem poder, por isso mesmo, descurar as suas tarefas temporais, sem se darem conta de que a própria , de acordo com a vocação de cada um, os obriga a um mais perfeito cumprimento delas”. Queiram os fiéis “poder exercer as suas atividades terrenas, unindo numa síntese vital todos os esforços humanos, familiares, profissionais, científicos e técnicos, com os valores religiosos, sob cuja altíssima hierarquia tudo coopera para a glória de Deus.