Dois Caminhos
José Angelo da Silva Campos
Deus se fez homem nascendo do seio de uma mulher
para salvar a humanidade. O menino-Deus nasceu humilde
e o primeiro sopro
de ar que
encheu seus pulmões
estava carregado com
o odor natural
de um estábulo.
O Senhor, Rei dos Reis,
quis sentir-se o menor e mais humilde de
todos os homens.
Quis depender essencialmente
da caridade e da compaixão
alheia para crescer. Cultivou no canteiro do seu coração a sinceridade do olhar faminto, a fidelidade
da dor compartilhada e a humildade da entrega
pura e verdadeira de quem ama incondicionalmente.
O Senhor nascido como nós, vivido no meio
de nós, quis morrer
como nós,
porém, com
uma morte humilhante e salvadora.
Pela sua morte,
como oferta
em sacrifício,
pagou a divida da humanidade. Sendo o Senhor todo homem e todo Deus, num sacrifício
perfeito, redimiu todo
o pecado do mundo,
elevando-nos à condição de filhos de Deus,
restituindo-nos o acesso à casa do Pai.
Há dois caminhos, somente
um conduz à vida
plena. Esse
caminho tem nome,
e seu nome
é Jesus. Tudo é questão de escolha.
Escolher o caminho de nome Jesus é caminhar descalço sobre pedras pontiagudas como
quem flutua sobre
as nuvens; é enxergar flores
e pássaros no horizonte
de um deserto; é conseguir
ver no mal o bem, no fraco o forte, na morte a vida.
Qual caminho estamos trilhando?
O ano tem
365 dias, desses, um
é dedicado ao renascimento de Jesus no nosso coração.
É natal, dia
de paz, dia
de reflexão. Esse
é o dia em
que decidimos fazer
algo de bom.
Queremos ser caridosos, porém a caridade é expressão
de amor, não pode ser ato isolado que se perca no esquecimento sem transformar
aquele que a praticou.
Enchemos a boca para dizer que somos discípulos de
Jesus Cristo e muitas vezes não podemos sequer nos comparar a Judas, que foi discípulo
e traiu Jesus, pois quando enganamos a nós mesmos fingindo-nos cristãos,
endeusando a nossa imagem, vivendo preocupados com a opinião dos outros, usando
a caridade para cumprir costumes natalinos sem qualquer transformação da nossa
vida, afastamo-nos da Luz e nos tornamos prisioneiros do imediatismo e da
eleição do prazer como supremo bem da vida humana.
Jesus nasceu, morreu e ressuscitou para
renascer dentro
de nós.
Hoje vivemos o natal. O natal de Jesus em
nossa vida.
Jesus é uma semente
que precisa
de terra fértil
e cuidado diário, reguemos todos os dias
essa semente com
caridade, desprendimento,
franqueza, honestidade,
fidelidade, paz
e muito amor,
ou aguardemos o próximo
dezembro para
semear Jesus no nosso coração.
Mas lembremo-nos, Jesus nasceu humilde,
morreu e ressuscitou, deixando-nos a promessa da sua vinda gloriosa quando
julgará a todos nós,
e o nosso tempo
é agora.
Amanhã pode ser tarde.
Há dois caminhos.
Um se
chama Jesus.