sábado, 16 de março de 2013

COMO ACEITAR OS PERCALÇOS DA VIDA?


 

Como aceitar os percalços da vida?

José Angelo da Silva Campos

 

Nascer bonito, saudável, em berço de ouro. Crescer como um príncipe, inteligente, sortudo, rico e muito feliz. Envelhecer com plena saúde física e mental, gozando a vida. Morrer sorrindo, ter um féretro glamoroso que fica na memória da sociedade por longo tempo.

Nascer desprovido de beleza física, com saúde debilitada, em um lar fragilizado, adornado pela miséria, onde a fome reina e as doenças proliferam. Crescer às duras penas do martírio, raquítico, com o intelecto afetado pela desnutrição, paupérrimo, azarado, infeliz. Envelhecer por pura sorte, se aumentar o tempo no sofrimento puder ser considerado sorte, todo doença, senil e dependente da caridade humana para as ações mais simples da vida. Morrer como indigente e assim ser lançado em cova rasa.

Nascer em um lar feliz, como um presente para coroar uma linda história de amor. Ainda na infância, do nada, como se por castigo, recebe uma sentença de dor e sofrimento culminada com a morte precoce. A tristeza e o inconformismo entoam o féretro doloroso.

Todas as situações terminam no mesmo mistério, a morte. Mesmo sendo uma morte com toda pompa, outra na miséria e a terceira com a sensação de injustiça pela precocidade, todas carregam consigo a grande dúvida: E aí? É justo isso? Tudo acabou? Há algo além desta vida?

A resposta para entender este mistério está na fé.

O que é fé? Fé é a certeza da realização daquilo que se espera. Portanto, para se ter fé, há que se ter esperança. A esperança é uma expectativa do alcance de algo que se crê e deseja. Portanto para se ter fé é necessário que creia e tenha esperança.

E onde encontrar a fé?

Em tudo que nos leva ao encontro do Deus que se revela.

Deus se revelou em Jesus Cristo, portanto, seguindo Jesus encontramos o sentido e a plena felicidade cuja busca inócua neste mundo limitado e finito afoga nossa alma no desânimo.

Resumindo a fé: acreditar que há um mundo de verdadeira felicidade, onde a vida será eterna, e que a entrada para este mundo depende da fidelidade e total entrega ao Senhor que dá a vida.

Considerando que por amor esse Senhor que dá a vida enviou-nos seu próprio filho para assumir a nossa humanidade, sofrer e morrer para ressuscitar e antes de retornar ao Pai, deixar conosco o Espírito Santo para defender-nos de tudo que nos distancie do Caminho que leva ao Reino que há de vir.

A vida tem um único propósito, promover o nosso ingresso no Reino de Deus, onde ela se faz plena e abundante. Portanto, tudo que há nesta vida tem caráter transitório, não sendo possível concebermos a felicidade fora do convívio de Deus, fato que somente concretizará com a vinda gloriosa de Jesus Cristo, que julgará a todos, vivos e mortos.

O cristão suporta o sofrimento e busca a felicidade verdadeira que sabe só encontrar em Deus. Usufrui das benesses dessa vida como benevolência de Deus para ser compartilhada numa ação de serviço na apresentação do Caminho que leva ao Pai, àqueles que trilham estrada sinuosa.

Deus nos julga, mas quem nos condena somos nós mesmos.

Deus deseja a nossa salvação, mas permite que a decisão seja nossa.

Jesus sempre se mostrou compassivo com o sofrimento humano. Sempre que teve oportunidade curou os enfermos. Porém, em primeiro lugar apresentava a cura espiritual, a salvação, a libertação da prisão do mundo e suas mazelas.

Jesus sofreu e morreu pregado na cruz e ressuscitou, não aboliu do mundo a dor e o sofrimento, mas trouxe-nos a salvação e o refrigério do seu amor.

Crendo na vida eterna, entregamos os nossos sofrimentos a Deus, louvando e glorificando-O pela vida, não importando o seu tempo de duração nem os seus percalços, bastando que seja uma vida que nos permita ir ao encontro jubiloso do Pai pela fé em Jesus Cristo, iluminados pelo Espírito Santo.
 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

HOLOCAUSTO À PREVARICAÇÃO?


Holocausto à Prevaricação?

José Angelo da Silva Campos

 

- Poderia ser evitado?!

Indignado o cidadão lança esta pergunta em tom de afirmação e a resposta não vem. Contam-se as vítimas. Pessoas viram estatísticas. Jovens sonhadores não mais acordarão. Para que serve essa tragédia além de trazer sofrimento e desespero?

Não pode ser um holocausto oferecido ao deus da omissão e da prevaricação!

Mas pode ser um sacrifício ocasional e santificador, capaz de transformar vítimas em eleitos com entrada franca e direta ao mais sublime objeto do desejo humano, o Reino de Deus.

Mas para que esse horror se transforme em esperança, é necessário que saiamos do nosso comodismo e passemos a agir sempre em prol da coletividade, buscando em tudo a observância do respeito à dignidade humana.

Até quando nossos governantes brincarão de administrar?

Até quando os responsáveis por fazer cumprir as leis manter-se-ão acomodados neste estado de letargia?

Até quando? ...... Até quando?

Se as coisas estão da forma que se encontram, também é porque nós permitimos.

Seja por descaso, seja por interesse pessoal, seja até sem motivo, o nosso silêncio autoriza a ação putrefaciente dos aficionados pelo lucro fácil extraído do sangue e do suor alheio.

Somos coniventes confundindo em nossas mentes covardia com prudência.

Ser omisso não é prudente, é covardia!

A lei existe, já não é uma perfeição, pois até ser publicada sofreu com os açoites dos feitores atentos em defender o interesse dos senhores de engenho.

Mas ela existe e é o que temos para impor regras de convivência em nossa sociedade. Sendo assim, democraticamente devemos obediência a elas e quando nos recusamos a obedecê-las, devemos sofrer as punições também por elas previstas.

Para coibir a infração da lei, foram criados órgãos responsáveis por vigiar e cobrar o seu cumprimento.

São esses órgãos, dentre outros, a polícia, o Ministério Público, os vereadores, os deputados e senadores, todos os fiscais, etc.

E por ordem constitucional, são também responsáveis em exigir o cumprimento das leis, todo cidadão, devendo denunciar aos órgãos competentes as infrações legais que tiver ciência.

Cidadão é aquele individuo que: como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo mesmo Estado e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos (Dicionário Houaiss da língua portuguesa)

Infelizmente os órgãos responsáveis pela fiscalização da cidadania estão em sua maioria contaminados pela doença do “politicamente correto”, cujos sintomas provocam o receio de desagradar a alguém com poderes de mando.

Fazer o certo e falar a verdade, nem sempre agrada, porém deve ser sempre o nosso compromisso.

A tragédia ocorreu longe de muitos de nós, mas aquilo que permitiu seu acontecimento está presente no nosso dia-a-dia:

Observemos a ação (ou omissão) dos fiscais municipais, estaduais e federais; dos promotores de justiça; dos vereadores; dos policiais; dos deputados; etc. e respondamos com sinceridade:

Podemos confiar?

“Depois da casa arrombada, fechadura nela”, diz o ditado popular, porém, também diz outro ditado: “melhor prevenir que remediar.” Sendo assim, Vamos à luta e cobremos das nossas autoridades uma fiscalização com autonomia e poder de polícia para que a lógica natural se cumpra e os filhos enterrem seus pais.